quinta-feira, 12 de março de 2009

"Estava desejoso por vir de fim de semana.

Desejoso por voltar à minha vida antiga. Ao meu mundo pequenino e familiar. Aquele que me confortava e saturava ao mesmo tempo, aquele que me fazia desejar mudar de ares, mas que ao mesmo tempo me faz sentir tantas saudades quando não o tenho...



Acho que há certos dias em que acordamos virados para um lado estranho.

Durante esse dia tudo parece monótono, tudo parece ser demasiado chato para aguentarmos mais de cinco minutos no mesmo sítio. Pensamos que é no próximo local que vamos encontrar aquilo que procuramos, mas é mentira. Não encontramos nada... Mas também não sabemos o que procuramos. Às tantas procuramo-nos a nós próprios, mas só olhamos em volta.



Hoje foi um dia assim para mim.

Nada me satisfez, nada me aliciou, nenhum local me seduziu. Nenhum amigo me interessou, nenhuma conversa me distraiu. Tanto tempo a desejar voltar e ver os amigos, passar o tempo com eles, rir com eles, e quando acontece, sai-me um dia em que só estou virado para mim.

Not fair.



Acho que agora sei o que procurei durante o dia. Talvez não tenha sido a mim próprio, mas sim a algo que me fizesse ser eu próprio. Aquele que nem toda a gente sabe que eu sou. Algo novo, algo diferente. Alguém cativante para conversar, para estimular o meu espírito e a minha criatividade. Aquela tal pessoa que fizesse com que o meu relógio andasse mais depressa, para que durante toda a próxima semana desejasse a chegada de mais uma Sexta. Pela mensagem que te enviei há uns minutos atrás, sem sequer ter pensado no que estou a escrever agora, sem sequer ter reflectido e analisado o porquê do meu dia enfadonho, estou com a impressão que às tantas te procurei a ti! Sem nunca te ver, ou tão pouco sentir a presença, só de ler as tuas palavras dia após dia, aquelas que tu afirmas poderem ser tão importantes como os reflexos dos espelhos, acabei por passar um dia à tua procura nos sítios por onde fui andando.

12 / 10 / 2008"

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