quarta-feira, 29 de outubro de 2008

Tremer

E assim começou.

Estas são as palavras que fui escrevendo e por vezes apenas guardei para mim. Estas foram algumas mensagens que nunca te enviei, algumas que enviei e me arrependi e outras são até aquelas que tu me enviaste.

"Senti a tua falta"

Entraste na minha vida num momento estranho para mim. Num momento em que me apetecia cortar com o passado e procurar um novo futuro. Aliar às mudanças que tinha feito na minha vida profissional, novas mudanças a nível pessoal e sentimental. Vou abrir mais um pouquinho o livro da minha vida. Talvez assim possas compreender melhor o que atravesso neste momento...

Lançaste o tema do proíbido... falaste que te alicia, que te atrai, que te fascina. E eu falei também. Quando trocamos as primeiras mensagens, qualquer relação que tivessemos seria considerada proibida. Mas era enorme a minha vontade de mudar. Não por ti, ainda só trocavamos pequenas mensagens, aliciantes e intrigantes, é certo, mas nada sério.

Mudar por mim, para colocar um ponto final numa relação que dura há tempo demais e que questionei durante mais de dois anos o porquê de ainda existir. A procura que te falei, do amor para sempre, do happy ever after, foi brindada a meio do percurso pela deterioração do sentimento. A pouco e pouco foi-se gerando a rotina, a falta de interesse, a individualidade. Foi então que decidi que o melhor a fazer por mim e pela outra pessoa seria, pelo menos, pedir um tempo de afastamento. Clarificar posições, procurar caminhos. Assim foi.

Mas mesmo assim se sofre, não é fácil romper, mesmo quando já não se sente o fogo da paixão. E, dia após dia, por cada 10 minutos que sofri, havia alguém que me fazia sorrir 30. Mensagens que me fizeram olhar novamente para dentro de mim, procurar bem fundo o que estava a sentir, questionar o rumo que seguia. Alguém que também eu sabia que fazia sentir bem, que ansiava por uma palavra minha, e que sentia a minha falta quando eu me ausentava. Um dia disse-te que fazias voar a minha mente e que se um dia me desses a mão te levaria a ver o novo ponto luminoso que surgira no meu horizonte. Tive a tua mão, mas não te mostrei um espelho. Mas mostro-te agora o porquê de me fazeres voar.

Esperava a tua chegada a Lisboa como um episódio interessante da minha vida, uma viagem a dois, numa cidade linda, à procura de pequenas maravilhas escondidas. Nunca me senti confuso antes de te conhecer, estava consciente dos riscos que isso implicava e confiante na minha força para os superar. Mas algo aconteceu que me fez tremer. Não quando te vi, não quando te toquei pela primeira vez, não quando te abracei e beijei diante da fantástica paisagem que nos brindou, nem tão pouco quando, nua, abraçada a mim, cantaste e me ensinaste a cantar, felizes e descontraídos. Tremi quando foste embora.

Não era suposto deixar-me levar. Não era suposto sentir tanto a tua falta. Mas sinto. E o passado já não me seduz...

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