domingo, 23 de novembro de 2008

Stop? Pause? Time will tell...

"Sinto-me completamente perdido no meio disto tudo. Mas ao ler a tua mensagem anterior foi por demais evidente que tenho que tomar uma decisão, por muito que ela me faça sofrer. Não posso deixar as coisas continuarem como estão, mexem demasiado com as minhas emoções, com o meu dia-a-dia, afectam profundamente a minha estabilidade emocional, afectam-nas de uma maneira que nada afectava há vários anos.

É mais que evidente que sinto por ti algo para além duma amizade, algo que, na minha forma de ser, não pode ser dissociado da presença física e do contacto. Que para correr bem, implica dedicação e entrega de ambas as partes. Não consigo lidar com uma hora de cumplicidade seguido de uma semana de completo afastamento.. Não quero de forma alguma que entendas isto como uma crítica.. sei que não pediste para estar nessa situação, sei que não é isso que queres para ti também.

Eu não consigo nem posso ser só teu amigo. Não consigo mesmo, não depois de ter passado contigo o que passei, não depois de tudo o que partilhamos e que vai tão mais além duma amizade. E é pelo facto de eu sentir o que sinto por ti, pelo facto de não te querer deixar em situações complexas, ambíguas e de gestão emocional desgastante, e ainda por todas as razões que expliquei acima, a forma como sou afectado por isto, que tenho mesmo que me afastar.

Tenho plena consciência que às tantas ler esta mensagem te vai fazer sofrer tanto a ti como a mim escrevê-la, mas acho que chegou o momento de seguirmos por caminhos distintos. Sinto que se não o fizermos agora vamos acabar por nos magoar mutuamente através de palavras ou acções. Se nos afastarmos agora, assim, desta forma, afastamo-nos por causa de mil e uma razões diferentes, por causa das circunstâncias do nosso momento actual, do timing, da conjuntura e não por causa de nós próprios.

Se assim for, as recordações que levo do tempo em que os nossos caminhos se tocaram são elas próprias o pé que ficará para sempre entre a porta e a parede, a evitar que ela se feche. Um dia, quem sabe, talvez possamos pegar nas coisas pouco atrás do sítio onde hoje as deixamos e usufruir de tudo aquilo que poderia acontecer entre nós fosse a situação diferente.

Desculpa estar a desistir, mas sinto que neste momento é esse o meu caminho. Obrigado por me teres feito sorrir este tempo todo, obrigado por te teres revelado como uma das pessoas mais especiais que eu já tive oportunidade de conhecer. Na analogia da estrela e do cometa, sei com o coração que és a estrela, mas as brumas vão-nos manter longe durante algum tempo.

Um abraço,

Kyuubi"

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